UMA FREGUESIA QUE NÃO EXISTE

NO PAPEL...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

POEMAS DE MEU PAI







Terra Mãe

É com os olhos rasos de água
E o coração cheio de mágoa
Que eu canto esta verdade.
Para mim és terra bendita
Porque nascer em ti tive a dita
E tenho de ti imensa saudade.

Tenho outra terra adoptiva
Mas p'ra mim és a mais querida
De todas que o mundo tem.
Embrenhada entre montanhas
Tenho de ti saudades tamanhas
Porque és a minha terra mãe.

Em ti vi a luz do dia
E dei bocejos de alegria
Na minha infância inocente.
Também tive as amarguras
E Conheci as agruras
De ser órfão adolescente.

Entre o verde dos pinhais
Dos vinhedos e olivais
Onde o ar dá mais saúde.
Dávamos grandes passeios,
Brincadeiras, devaneios,
Nos tempos de juventude.

E as horas bem passadas
Apanhando as orvalhadas
Em noites de S. João...
Ao Cheirinho do manjerico
Havia sempre bailarico
Como era tradição.

Com lindas moçoilas, belas
Cintilantes como estrelas
Com quem muito eu dancei!
Pareciam mouras encantadas
Dos lindos contos de fadas
Que tantas vezes escutei...

De uma boca hoje calada
Tantas vezes por mim beijada
Que o teu seio já contém!
Era uma pobre velhinha
Que para mim era rainha,
Era a minha querida Mãe...

Guilhermino Carvalhinho

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