UMA FREGUESIA QUE NÃO EXISTE

NO PAPEL...

quinta-feira, 19 de abril de 2012


Se recordar é viver
Jamais posso esquecer
Os tenpos da ditadura.
Eram punhos fechados,
Lábios mudos, cerrados
Sufocando dor e amargura.
Calando o ódio a bufos
Lacaios e tartufos
Bestas, feras da satânica tirania.
E a esperança
Em vez de crescer, fenecia...
Mas eis que...
Num lindo dia de Abril
O sol raiou com mais fulgor
E de novo renasce a esperança,
A fé e o amor...
Na rua há soldados,
Chaimites blindados,
Rubros cravos
No lugar das baionetas,
Abrem-se portas
Caem grilhetas.
Canta-se a Grândola Morena
Como hino triunfal!
A turtura acaba em Peniche,
Caxias e Tarrafal.
Apitam as sirenes
Dos barcos ancorados na barra.
Tremula mais alto
O símbolo da pátria amada
E os clarins anunciam
A nova alvorada.
Pupula e grita
A mole humana
Pelas vielas da Cidade.
E toda a Nação acorda
Ao pregão da Liberdade...


Guilhermino Carvalhinho

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