"Mataram o Sidónio" foi a última obra que li deste Autor. Francisco Moita Flores presenteia-nos agora com uma sátira política tão actual que parece em alguns momentos ter sido escrita já posteriormente às ultimas eleições legislativas.
"De repente, o País ficou de sobrolho carregado. Zangado. A bancarrota revolveu os intestinos da política e entregou ao Povo um sarilho cheio de fome. A democracia, com a barriga cheia de teias de aranha, desatou a vomitar vermes. De testa franzida. Fazedores de milagres. Gente que perdeu a virtude do riso. Portugal transformou-se num protectorado alemão e Zé Francisco, velho anarquista, exilado em Paris, com os seus amigos de sempre, vindos de todos os lados da política, decidiram criar um novo partido político (PUN) dispostos a ganhar as próximas eleições."
Sou fã da escrita deste homem, no entanto não deixo de achar estranho que a determinada altura neste seu último livro ele se refira aos deputados da nação com este parágrafo:
:"...a noite obrigava-os a fazer pela vida como comentadores quer da rádio quer da televisão. Da política ao futebol comentavam tudo. O preço do petróleo, a crise política, as vicissitudes da transferência de um jogador brasileiro, o mau momento do Sporting..."
Esta minha estranheza deve-se ao facto de Moita Flores ser uma das pessoas que mais aparece na TV a comentar tudo e todos...
No cômputo geral, estou a gostar e a rir imenso com esta leitura.
O presidente da "Junta"
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