FUGI-ME DE MIM!

FUGI-ME DE MIM!

Saí-me de mim!
Deixei por momentos este corpo,
larguei os despojos desta vida,
deixei para trás as tormentas
e também as alegrias.
Fugi-me de de mim!
De nada resultou procurar-me
neste meu não-mundo em que vivo.
Nada encontro no espelho
que defronto!
Perdi-me de mim!
Procuro-me
e não me encontro!
Larguei-me de mim!
Deitei fora as vidas que vivi
e as que por viver ficaram!
Foi em vão que as tentei agarrar,
com a força destas mãos
que não sinto.

Mas não desistirei de mim!
Um dia...
Quando? Não sei...
Encontrarei o meu norte,
Serei forte!
e viverei!

Rui Carvalhinho