UMA FREGUESIA QUE NÃO EXISTE

NO PAPEL...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

FUTSAL, ANOS DUROS MAS DE OURO


Sei que poderá haver quem veja neste post uma boa parte de presunção minha. Assim mesmo, arrisco-me a tal.
Vou falar de tempos já longínquos mas que me deixaram saudades tamanhas. Vou recuar no tempo uns bom anos para falar de como era difícil e ao mesmo tempo tão recompensador colaborar com a jovem instituição que era (ainda o é) o GDRL nos seus primeiros passos nesta modalidade que é o Futsal.
Lembro-me que mesmo antes de pertencer aos órgãos sociais daquela casa, já eu acompanhava a equipa para todo o lado. No principio levava as coisas mais na brincadeira, mas logo comecei a perceber que quem fazia parte do grupo de trabalho, não estava ali para brincadeiras. Assim, tive que deitar mãos à obra.
Nos primeiros anos de estada nos Campeonatos Nacionais (que saudades!), a formação do Lameirinhas era constituida maioritariamente por atletas "reformados" do Futebol de onze e alguns descontentes com essa mesma modalidade. Entre eles figuraram jogadores como o Sousa, José Almeida, Carlos Coelho, Camurça, Paulo Alves e claro o Borracha; o Luís Fernandes já estaria também nesta altura com a equipa.
Mas como o Futsal começava a dar nas vistas, cedo se juntaram a estes atletas, alguns jovens como o Pinto, o Marco Fonseca, o Pedro Rosa, o Sérgio Mota e o Sérgio Teles entre outros. Mais tarde, não muito, o Filipe Monteiro o Bruno Pereira, o Rui Vendeiro, o Traitas o Madeira, o Bruno Torres o Óscar, Hugo Monteiro, etc.
Lembro-me como se fosse hoje ( refiro-me agora ao tempo dos tais "reformados") que nos Sábados em que íamos jogar fora marcava-se a hora de saída para o 12.00h por exemplo e acabava-mos por sair uma hora depois, com metade dos jogadores convocados.
Mas eu lá estava sempre...
Por vezes já os atletas estavam na sede do clube prontos a arrancar para o jogo e ainda andava a direcção à procura de quem emprestasse uma carrinha para o transporte. Não foram poucas as vezes que os atletas se deslocaram nas suas próprias viaturas para fazer os jogos fora.
Quando entrei pela primeira vez para a Direcção do GDRL, dando a resposta a um convite de Artur Baptista, foi para mim como o reconhecer de uma dedicação que até aí tinha dado, mas que a partir desse dia deixou de ser dedicação para passar a ser responsabilidade.
Recordo que estando já eu a trabalhar na profissão que hoje desempenho, deixava o meu local de trabalho às 19.00h, ia directo ao clube, pegava na Ford, que foi a primeira aquisição em termos de transporte, rumava até Fernão-Joanes onde apanhava o Teles e Vendeiro, voltava para a Guarda, passando pelo Bairro do Pinheiro onde subiam Bruno Pereira e Pedro Paula, dirigindo-me depois para a Granja para apanhar o Traitas e o Madeira. Descarregava a malta no pavilhão do Inatel (mais tarde no de S. Miguel), cumpria-se o treino, que eu invariavelmente acompanhava, para que no final fizesse as respectivas viagens de regresso de cada atleta.
Claro que este trabalho também calhou a muitos outros, por vezes atletas, outros directores e colaboradores, Camurça e Victor Afonso são exemplo disso.
Quando chegava o Sábado, o corropio continuava. O roupeiro de serviço era quase sempre o mesmo que o delegado ao jogo, chamava-se Rui.
E quando se jogava em casa, lá ia o Rui requisitar o policiamento. Lá andava o Rui a bater à porta dos Jornais e Rádios locais para solicitar o anúncio dos jogos. Lá andava o Rui com os cartazes debaixo do braço para distribuir pela cidade.

Mas tive grandes recompensas. A amizade que ganhei de dezenas e dezenas de atletas e a paixão que tenho pelo GDRL, são apenas as que mais me confortam. Foram sem dúvida anos difíceis, mas de ouro.

PS: É claro que muitos nomes ficaram aqui por falar. Hoje tentei focar aqui o que era o desempenho de um colaborador/director há uns anos a esta parte.
Seguir-se-ão outros post's relacionados com este tema assim como a secção de Basquetebol.

Nota final, qualquer comentário a este post, no caso de o haver, terá a atenção e o tratamento redobrados. Será quase como a antiga IP5, "Tolerância zero".

O presidente da "Junta"

5 comentários:

  1. Grandes e boas recordações!!!
    Já tive o prazer de te dizer pessoalmente e reafirmo que este papel que tu assumes é, para mim, fundamental no sentido de manter viva a memória de todos aqueles que, de uma forma ou de outra, tiveram aluma coisa a ver com o crescimento do clube do nosso coração.
    Por outro lado, sinto um enorme orgulho por ter servido esta instituição que muito me deu. Deu mas também recebeu e por isso sinto que uma pequena parte daquilo que o clube atingiu no panorama desportivo nacional, me pertence. Digo isto sem vaidades porque sinto que só fiz a minha obrigação. Por outro lado sei que todos aqueles que me acompanharam, pensam exactamente da mesma forma porque acima de tudo colocaram sempre a instituição.
    O meu desejo é que o nosso clube seja cada vez maior e só o será quando todos pensarem primeiro no clube e a seguir também no clube.
    Da minha parte continuarei a torcer para que o futuro seja cada vez melhor.
    Nota: obrigado por noutro post teres manifestado um certo desejo, mas considero que ainda não é o tempo para te fazer essa vontade; 1º porque, o clube que agora represento, não coloca sequer a hipótese da minha saída e em 2º lugar porque, como referi anteriormente, tudo tem o seu tempo e agora é altura para que outros tenham oportunidade de servir o GDRL.
    Paulo Alves
    AQUELE ABRAÇO

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  2. De facto, Grandes e boas recordações!!!
    Tal como referiu o "Mister" é um enorme orgulho ter representado o GDRL e, no meu caso particular, esse orgulho é ainda maior por ter tido a oportunidade de privar contigo e com pessoas com a qualidade das que referiste!Muitas Saudades! Faltam alguns nomes, é verdade, mas como também não quero cair no erro de me esquecer de alguém, deixo a todos um GRANDE ABRAÇO!A ti, sabedor da admiração e respeito que tenho por ti, deixo AQUELE ABRAÇO!

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  3. Mais alguns nomes que ajudaram o GDRL nesta sua caminhada.
    Rui Quelhas, Luis Carvalhinho, Paulo Quaresma, Paulo Bastos, Lino Carvalhinho, Paulo Carvalhinho, António Carlos, Rui (de Lisboa), Alcino, Daniel, João Carlos, Filipe Ferrão, o "Carlitos" de Aldeia do Bispo, o Marco "China".
    E outros, que nomearei à medida que me fôr lembrando.

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  4. Incrivel como não aperece o nome do Pedro Bessa nesta lista. Realmente muita injustiça...
    Mas há mais.....E o Camurça não deveria ter direito a uma mensão honrrosa, pelo que tem feito pelo GDRL, mais do que qualquer outra pessoa, sem duvida. Abraço e tente ser o mais correcto possivel quando pronunciar o nome de alguem que representou ou representa o clube.

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  5. Tem em parte, alguma razão o comentador anterior.
    Ao ver o que diz, reparei que de facto houve esse esquecimento da minha parte (tive de conferir se realmente não havia mensionado o nome do Bessa), mas é claro que não há qualquer para a ausência de seu nome, não vejam fantasmas onde os não há.
    Inclusos na lista de nomes em falta ficaram muitos mais nomes.Alertei para isso mesmo aquando da elaboração deste post, basta verificar. Pedro Bessa foi um, Albertino Ferreira (Tino) é outro, Nuno Leitão, Rui Gomes, Luis Cunha, e muitos outros.

    Quanto ao Camurça, a melhor forma que tenho para lhe fazer homenagem, é dizer-lhe pessoalmente o que penso dele, ainda não há um mês que o fiz. Tenho a certeza que toda a gente sabe o apreço que nutro pelo Paulo. Mas se alguém tem dúvidas dos méritos que vejo na sua pessoa, aconselho a que peça ao Presidente da Assembleia Geral do GDRL que lhe faculte o livro de actas daquele organismo, não será de todo difícil encontrar ali elogios públicos ou pedidos de votos de louvor para o Camurça, feitos por mim.

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